Câncer de próstata matou 15 mil homens no Brasil em 2017
- alternativanews2
- 10 de dez. de 2018
- 2 min de leitura

Fechando o mês do Novembro Azul, a Câmara Municipal de Osasco realizou um evento para orientar servidores e população sobre importância da prevenção à doença
No ano passado, 15.170 homens morreram no país em decorrência do câncer de próstata, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. Isso significa uma morte a cada 35 minutos, em média.
Para o urologista Adilson de Carvalho Jr., uma parte significativa desses óbitos poderia ser evitada se os brasileiros levassem mais a sério a prevenção da doença. Ele foi um dos palestrantes do evento Novembro Azul, realizado no dia 30 de novembro passado, com o objetivo de conscientizar os servidores da Câmara Municipal e a população de Osasco sobre o problema.
De acordo com o especialista, aproximadamente 20% dos tumores são descobertos em estágio avançado, quando a taxa de sucesso do tratamento é muito menor. Um estudo de 2013, realizado com 2.293 pacientes do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, verificou que 98% dos pacientes diagnosticados no início da doença estavam vivos após cinco anos de tratamento. Já aqueles que descobriram a doença no estágio de metástase (quando o câncer se espalha para outras partes do corpo) tiveram uma taxa de sobrevida de apenas 46% no mesmo período.
Por isso, é essencial que todo homem acima dos 50 anos inicie a prevenção do câncer de próstata. Pacientes considerados de alto risco são orientados a se submeter aos exames após os 45 anos. Carvalho diz que se enquadram neste grupo os negros, os obesos e aqueles cujos parentes de primeiro grau (pais ou irmãos) tenham tido a doença.
Outro fator de risco, segundo o médico, é o consumo exagerado de carne, leite e derivados. Não é coincidência que os países com mais casos da doença, como Holanda, Suíça e Suécia, sejam também líderes na ingestão de gordura animal. Por outro lado, os países asiáticos, como Cingapura e Japão, estão nas últimas posições de ambos os rankings.
Os principais exames para diagnosticar o câncer de próstata são o toque retal e os níveis de uma enzima conhecida como PSA (sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico). Segundo o médico, ainda hoje existem muitos homens que hesitam em fazer o exame de toque, o que é uma atitude extremamente prejudicial para eles próprios, já que cerca de 20% dos diagnósticos são realizados exclusivamente com base nesse procedimento.
"Você pega dez pessoas que têm câncer de próstata. Oito vão ter o exame alterado, dois não vão ter [alterações no PSA]. São dois pacientes que iriam para casa sem o diagnóstico correto. O toque retal é importante porque refina a nossa capacidade de diagnosticar o câncer", explicou o especialista.
Cultura da autossuficiência - Por que os homens evitam os médicos? Foi essa a pergunta que a psicóloga Tatiane Terezo colocou para os participantes logo no início de sua palestra. Para ela, a resposta está na cultura da nossa sociedade, que valoriza excessivamente a bravura e a autossuficiência dos homens.
“Existe uma dificuldade cultural do sexo masculino para procurar ajuda”, lamentou Tatiane. Para a psicóloga, essa crença gera enormes danos para os homens, que muitas vezes só buscam auxílio para lidar com seus problemas (sejam eles físicos ou psicológicos) quando é tarde demais.
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